Wednesday, November 25, 2009

Há-de flutuar uma cidade...

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida, pensava eu...
como seriam felizes as mulheres á beira-mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar e a longitude do amor embarcado.


por vezes,
uma gaivota poisava nas águas, outras era o sol que cegava e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite dos dias lentissimos...sem ninguém.




e nunca me disseram o nome daquele oceano...Esperei sentada à porta...dantes escrevia cartas, punha-me a olhar a risca do mar ao fundo da rua assim envelheci...acreditanto que algum homem ao passar se espantasse com a minha solidão.



(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma perola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem deixar.)



um dia houve
que nunca mais avistei cidades crespusculares e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta, inclino-me de novo para o pano deste século recomeço a bordar ou a dormir,
tanto faz.
sempre tive duvidas que alguma vez me visite a felicidade.

AL BERTO

2 comments:

  1. a conjugação do texto e das fotos, na minha opinião, está perfeita, plenamente em sintonia.
    Obrigada por este momento.

    Carpe diem

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  2. Al Berto...tão bom...
    As fotos são magníficas!!
    Adorei!Mágico!!!

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